sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Editorial


MST: Movimento ou Facção?


Sem reconhecimento oficial, visto que não foi constituído por Lei, teoricamente o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), não existe. O movimento, no entanto, recebe ajuda de alguns órgãos oficiais. Na ocasião de sua criação, há quase três décadas, sua proposta era justa e plausível. Havia, de fato, um claro propósito de agricultura e assentamentos para homens do campo. Passados quase 30 anos, os propósitos parecem ter mudado. Invasões, mortes de pessoas e animais nas fazendas, depredação de propriedades, devastação de lavouras e pomares inteiros, funcionários de fazendas agredidos e feridos, e roubos, tudo supostamente em nome da Reforma Agrária. Onde está a verdadeira liderança dos "sem terra", quando permitem essas barbáries? Alguns elementos estão deturpando e destruindo o verdadeiro propósito do movimento, distorcendo-o para o lado da guerrilha, fazendo cada vez mais vítimas e transformando baderneiros em heróis. O MST, hoje, demonstra um nítido interesse de confronto com a sociedade, invadindo prédios públicos, depredando e roubando. Até quando a liderança desse movimento - se é que ainda há uma liderança legítima entre eles - irá permitir a infiltração de vândalos, ladrões e assassinos em um movimento social que já teve um propósito tão nobre quanto o MST um dia? Onde está José Rainha? Rainha, o grande mentor e líder do Movimento. Já está mais que na hora desse Movimento mostrar o seu verdadeiro propósito para a sociedade, mostrar que realmente quer uma reforma agrária séria, com propósitos de agricultura, trabalho e até com o cooperativismo. Como exemplo positivo dessa questão a de se ressaltar o assentamento Sepé Tiaraju, de Santana do Livramento, com 17 anos de trabalho e dedicação. Outro exemplo bem sucedido é o assentamento de Nova Santa Rita, com verdadeiros agricultores em plena produção de produtos coloniais e plantas medicinais. Vale lembrar que Reforma Agrária só funciona com os sistema cooperativo. Somente dessa forma se poderá voltar a falar com orgulho do MST. Nunca é demais ressaltar que não se deve deixar uma causa inicialmente tão nobre se perder por conta de alguns vagabundos e marginais infiltrados no Movimento. No início desta semana uma fazenda, que havia sido invadida pelo Movimento, no Pará, foi quase que totalmente destruída. O MST adimite a invasão, porém nega a depredação da lavoura e dos equipamentos de trabalho da propriedade. Foi por essa e outras razões que o MST ao longo dos anos caiu em descrédito.

Por Silvio Lara

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